Na prática, isso significa que empresas de todos os portes precisam olhar com mais atenção para aspectos humanos da rotina de trabalho — como a forma como as pessoas se relacionam, se comunicam, são lideradas e reconhecidas.
O que são fatores de risco psicossociais?
São situações do dia a dia organizacional que podem causar sofrimento ou adoecimento, como:
– Sobrecarga ou falta de tarefas
– Falta de apoio ou reconhecimento
– Ambientes com assédio ou tensão constante
– Dificuldade de comunicação
– Falta de autonomia ou clareza no trabalho
Esses fatores podem contribuir para quadros de estresse, burnout, ansiedade, depressão e até dores físicas, como os distúrbios osteomusculares (DORT).
O que a NR 1 exige agora:
– Que todas as empresas identifiquem e controlem também esses riscos “invisíveis”, além dos físicos, químicos ou mecânicos
– Que a gestão de riscos seja feita com base em metodologias como a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) – mesmo em micro e pequenas empresas
– Que os fatores psicossociais sejam registrados no inventário de riscos com clareza, e que as ações preventivas façam parte do planejamento
– Que o processo conte com a participação ativa dos trabalhadores e, sempre que possível, envolva a CIPA
Quem fiscaliza?
A responsabilidade pela fiscalização é da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), que poderá solicitar os registros e comprovações da gestão desses riscos durante inspeções.
Essa atualização da NR 1 marca uma nova fase no cuidado com a saúde do trabalhador, onde aspectos emocionais, relacionais e organizacionais ganham o espaço que merecem na construção de ambientes mais saudáveis, produtivos e respeitosos.
Fonte:
Ministério do Trabalho e Emprego. Guia de informações sobre os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho – NR-1. Portaria MTE nº 1.419/2024. Vigência a partir de 26/05/2025
